sábado, 17 de setembro de 2011

A Saudade dói demais

           


            Há 18 anos que meu pai se foi,devido a um tumor no esôfago, não chegou a sofrer com a doença, foi obrigado a usar uma sonda para se alimentar, que não ficou por muito tempo, e Deus o recolheu para si. Senti muito a morte de meu pai, até porque talvez por ser a caçula e ser muito agarrada ao meu pai, sofri demais, passei 9 anos sofrendo pela ausência de meu pai, pela falta que ele fazia em minha vida, não podia ouvir Pai de Fabio Jr. que entrava em desespero total, querendo ele. Foi Deus que confortou meu coração, e preencheu o vazio que meu pai deixou.
        Pois é o tempo passou e como passou, a saudade amenizou, hoje não penso tanto, já consigo ouvir a música Pai, sem ter nenhuma atitude desesperada. As vezes penso, mas evito ficar pensando muito por que senão eu começo a realmente ficar triste;e assim tenho vivido, mas nunca me esqueci dele, jamais. Ano passado estive na Paraíba, em João Pessoa sua terra natal, e fiquei muito emocionada em estar lá. Cada cantinho é como se fosse um pedaço dele vivo ali. Realmente eu se pudesse não voltaria para o Rio jamais, mas tenho um sonho ir morar lá.
       Ontem assistindo o Programa do Jô, que entrevistava Roberto Carlos, lembrei-me do meu pai, por que ele amava O Rei e curtia muito sua músicas. Depois do programa, minha filha caçula já adormecida em meus braços, coloquei ela no berço e voltei para sala, e lembrei que quando era criança,nos dia de domingo meu pai costumava ouvir seus discos de vinil, na sua vitrola, aquelas que parecia um móvel de sala. E ele ouvia muito Roberto Carlos e das músicas do Rei, existia uma que ele ficava quieto, ouvindo, silenciosamente em seus pensamentos, e eu só observava ele em sua lembranças, depois de muito tempo descobri através de uma de suas conversas que aquela música era sua vida, como se fosse sua estória, e por isso que ele ficava em suas lembranças, em seu passado. E entrei na internet, baixei a música e ouvi sozinha na minha sala, todos estavam dormindo, meu marido, minhas filhas, e eu ali sozinha ouvindo a música que muitas vezes vi meu pai ali viajando em sua lembranças mais doloridas, sofridas e eu estava ali igual a ele, voltando a minha infância, recordando as lembranças que muitos anos não pensava. Como diz a música Divã, essas recordações me matam, é verdade.derepente aquela saudade que antes estava quieta, sossegada, agora havia despertado e me fez sentir uma falta tão profunda daquele que foi tudo pra mim, meu pai, meu herói, o primeiro homem que eu amei de toda minha alma; e chorei, chorei como uma criança que se perde dos seus pais, chorei como criança só, chorei muito e como doeu, essa saudade tamanha do meu paizinho. Já faz muito tempo que não choro assim pela falta dele, percebi que nada, nem tempo, não importa os anos que passam, nunca vou deixar de sentir saudades do meu pai, ele esta constantemente em minha vida , em meus pensamentos, só que evito falar, pensar, porque a saudade dói demais.E como dói.
       E ai com meu choro acordei meu marido, que veio até a mim e tentou me confortar, mas nessa hora nada que falem, ou que façam, pode mudar os sentimentos que nos domina no momento de profunda saudades. lavei meu rosto e fui dormir, com apenas a lembrança daquele rosto que por muitas vezes, eu admirei, amei e vi. E foi assim  que adormeci.


  Com carinho, com amor










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